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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Finishing The Hat

eu e meu amigo @didts acabamos conversando sobre desperate housewives.



todo ano nessa época começavam a pipocar fotos, notícias, vídeos especiais e tudo mais para deixar todos no aguardo com a próxima temporada. lembro de ansiar muito pela terceira temporada, principalmente quando o vídeo da promo saiu. logo após veio o próximo ano e a quarta temporada pra mim, foi a mais aguardada.

é engraçado porque esses dias atrás, eu e @didts fomos ver o primeiro episódio da série na mesma hora. e por uma louca coincidência do tuiter. ontem também, @amandagcoelho foi ver o último episódio da última temporada. ela estava em um intercâmbio e então, não tinha visto ainda. e então ela viu. e o @igorvieira curtiu a publicação dela no fb. e o @dubarauna comentou. e eis que todas essas pessoas se encontraram no mesmo lugar, na mesma comunidade, numa rua gay, com uma varanda e tequila. e com o mesmo gosto, claro.

mesmo cada um pensando do seu jeito. opinando do seu jeito. destilando o seu veneno. cada um tinha um pouco de cada personagem. cada estória, de toda semana, que muitas das vezes refletia sobre nossas vidas, e toda vez, nos pegávamos comentando, resenhando, chorando, falando sobre tudo que envolvia essa série. posso confessar? não me arrependo NENHUM pouco do dia que resolvi baixar toda a primeira temporada pra começar já na segunda a todo vapor. lembro das inúmeras noites lá de 2006, morrendo de frio, baixando episódio por torrent. demorava horas. aí quando veio a banda larga, veio a bonança, mas mesmo assim, o rmvb ainda era pouco conhecido e o avi se tornava mais fácil e ao mesmo tempo, mais difícil. vimos o youtube nascer. vimos o tuiter nascer, e isso é fantástico. vimos personagens nascendo, morrendo. seja num supermercado com uma doida varrida atirando pra todos os lados. ou então quando um simples comício se tornou uma bagunça e fez a rua toda virar uma zona. vimos nossas vidas estampadas na tela do pc toda vez que Mary Alice terminava narrando um fato sobre cada um de nós.

a história da vizinha que resolveu tirar sua vida de uma forma misteriosa juntou muita gente. perderia eu as contas de tanta gente que eu conheci. na terceira temporada, quarta, quinta, sexta. alguns, poucos, ficaram pra sempre. outros somente passaram pra mim aprender um pouco mais sobre como tolerar uma crítica negativa. foram oito anos de amor. companheirismo. e uma loucura atrás da outra. e de repente, cadê? cadê as fotos da nova temporada? cadê o vídeo promo com alguma música do momento? cadê as fofocas dos bastidores? tudo sumiu. se foi.

so far away.

penso que em cada um de nós existe uma susan, desleixada e inocente. existe uma bree, controladora e ao mesmo tempo, frágil. uma edie, sexy, deliciosa e vagabunda. ou então uma gaby, interesseira, gostosa, faminta por amor. e de repente nos olhamos no espelho e vemos lynette, com tanta responsabilidade, a vida adulta é dura. nos deparamos com katherine ao nos olharmos para o nosso interior, com medo, desesperados. passeando pela rua da vida, vemos betty defendendo sua opinião, seus amores, com unhas e dentes. mais a frente enxergamos angie, lutadora, sofredora, escudo. mas o que acaba nos levando pra perto de cada um de nós mesmos, é mcCluskey. wonderful, wonderful. amazing grace. fever.

esse é o primeiro ano sem desperate housewives.
para alguns era só mais uma série para bichinhas. ou então, mulheres tentando encontrar um sex appeal real. mas para outros de nós, foi a porta de entrada para o conhecimento humano. sim, suportar ler uma crítica na qual você não concorda sobre um episódio que seu amigo gostou e você odiou. ou vice-versa. varar nas madrugadas a dentro em chats sobre um episódio bombástico. trocar segredos com alguém do outro lado do país. esperar horas por um link descente. escutar problemas de alguém do sudeste. outro, lá do centro-oeste. ou de alguém um pouquinho mais de perto, @almirdosreis, digamos, que 1h20. nesse primeiro ano sem nossas donas-de-casa o jeito é relembrar. colocar os dvds no play e ficar lembrando de cada emoção, de cada arrepio, de cada sorriso. também das lágrimas derramadas. da felicidade, do carinho, da rua onde tantos segredos escondia. e se você for procurar, ainda encontrará alguns perdidos em alguma caixa de correio. ou então, dentro de uma piscina. em alguma casa linda do bairro. tanto pra se contar. tanto pra se relembrar. é isso que importa. as memórias. o ontem ser lembrado com carinho, cuidado, amor.

há um lugar para nós em wisteria lane. ela continua lá, e nós faremos parte dela pra sempre. não importa a distância, um sempre estará perto do outro.

e da nossa memória, essas mulheres, jamais sairão!