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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Carta-Gay-Desabafo

ele era um palerma.
um verdadeiro estratocrata do gayzismo.
escroto.

ele fazia jus ao "não seja afeminado".
faz me rir, bichinha pão com margarina becel.
a pior das piores na minha opinião.
ruim.
tensa.

mas o engraçado que ele curtia um bondage comigo.
nossa, ficava doidinho quando minha língua mexia com o pau dele.
gozava em segundos quando eu gemia no seu ouvido.
pirava quando os meus dedos brincavam com o seu marquês de rabicó.

e agora me esculacha por que eu ouço spice girls?
por que eu danço pussycat dolls?
por que eu choro com O Rei Leão?

ah meu amor, me poupe.
você só foi pra matar tempo.
pra gozar mesmo.
não havia tanta questão assim de ser o amor da minha vida.
poderia até ter sido se seu armário aí não estivesse gritando pra explodir.

quando achar o seu amor-hétero-não afeminado me procure.
darei umas dicas a ele de como lidar com esse seu pintinho piu.
o menor até aqui.
também quero dizer a ele que não respire muito perto de você, pois isso lhe deixa afoito.
também vou aconselhá-lo a não exigir muito de você na cama, afinal seu coração não é muito forte.
tem que ficar dando aquelas paradinhas, sabe?

também, vou contar a ele que você faz uns barulhos estranhos enquanto dorme.
acredito eu que tenha muitos pesadelos a noite.
com as travecas e bichinhas afeminadas o levando para o inferno.

meu amor, me poupe.
não precisava ter afetado minhas amigas afeminadas.
estou com elas e sou por elas.
onde elas estiverem. pra mim não importa se a voz é fina.
o que importa pra mim é a amizade.
e muitas delas me fazem bem.

jamais trocarei a companhia "delas" pra ficar com um paspalho que nem você.
jamais.

com amor,
R.