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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Honeymoon


E eis que acabo de ouvir, sentir, gozar, e me acabar com essa obra-prima de Lana Del Rey. Achei que nunca me daria bem com ela. Pois, ao ouvir Born To Die em 2012 nunca imaginei que meses depois de insistir nas loucuras (e nas demos vazadas na época) de Del Rey, achei que fosse me apegar tanto a essa artista única e efusiva que ela é. Creio que a música que fez eu cair de amores foi Children Of The Bad Revolution, a sua pegada dance pop em Hit & Run e aí não parou mais. Veio Paradise. Veio Ultraviolence. E acho que cada um tem sua marca exata de amor, gangsters e aquilo que eu gosto nela, Solitude.

Honeymoon é mais um complemento de toda sua filosofia e inteligência. Trazendo a mais nova obsessão que se chama Elon Musk. Ela disponibilizou há algumas semanas atrás, um número de telefone  1-800-268-7886 —  na capa do cd que eu claro, fiz questão de ressuscitar meu skype para ligar e ouvir a palestra sobre os foguetes reutilizáveis, o que me fez esperar ansiosamente pela loucura de abrir meu iTunes hoje e estar lá meu cdzinho tão lindo. Me esperando para provar todo esse amor e solitude que é Honeymoon.

Honeymoon é inexplicável. "Nossa Lua de Mel, azul escuro". A melodia, o toque hollywoodiano, a esquizofrenia pelo amor romântico se faz presente na primeira faixa. Music to Watch Boys to traz aquela esperança de que o tanto que gosto de você pode fazer parecer que "Vadias mentirosas (ou com mentiras) se assemelham" a mim de uma forma que em Terrence Loves You ela provoca mais uma vez o "Dark Blue", falando sobre o jazz e a fascinação sobre o seu possível amor. O que desfoca em High By The Beach que traz uma Lana correndo para comprar pamonha (como aquele vídeo zoeira da Deep Weeb) e claro, detonar seus opressores (vulgo críticos na forma de paparazzis) e ficar "alta" sozinha na sua casa de praia. Destona o tom mais uma vez na minha preferida do álbum God Knows I Tried, que fala sobre uma prece a um Deus que parece tão distante, se contradizendo por querer estar indo a um Hotel Califórnia (que como diriam os críticos evangélicos, a música da casa do diabo) e por ter tentado Like tequila in sunrise (Como uma tequila de nascer do sol).



Cada música de Honeymoon vai impactar, vai emocionar, e quem segue a Del Rey vai se impressionar com o quanto ela melhora a cada cd, o quanto ela mostra a que veio. Não consigo acreditar que ela seja "um produto manipulado", ou obra de um outro alguém. Elisabeth deu lugar a Lana para foder com tudo e sem dúvidas nem ser lembrada pelo ridículo remix de Summertime Sadness, creio eu que nem ela curte aquela merda.

Não farei listinha com pedidos de clipe porque sei que ela não vai me atender. Estou até hoje esperando o de Backfire, o de Sad Girl e o de Florida Kilos. Mas não rolou. Mas quem sabe um dia rola. Pelo menos um live descente né amiga? Um live editadinho ali, mixadinho. Só acho que Freak e God Knows I Tried merecem um clipe. Não paro de ouvir. Vou pro trabalho ouvindo. Farei meu final de tcc ouvindo e farei sexo ouvindo.

Honeymoon é pra ouvir toda hora sim. Uma obra espetacular. Uma lua de mel deliciosa.