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domingo, 10 de maio de 2015

Carta para minha mãe

Minha mãe morreu quando eu tinha 6 pra 7 anos. Cresci cercado de mulheres. Hoje, essas que são as mulheres da minha vida. Minha vó, minha tia, minha prima. Elas me ensinaram o certo e o errado. O branco e o preto. O sol e a lua. Além delas, tive e tenho amigas maravilhosas. Que conhecem o meu melhor, e o meu pior. Minha mãe antes de morrer sempre dizia pra minha tia que se ela morresse logo (sim, é confuso!) ela iria bem para o outro lado, pois sabia que eu estava em boas mãos. Minha irmã já sabia se virar, querendo ou não, tenho orgulho dela, cria seus filhos, tem seus diplomas, é uma pessoa de bem. Mas eu ainda era uma criança. Quando completei 13 anos meu pai casou com outra mulher. E eu me senti sozinho pela primeira vez. Minha tia que havia se mudado de cidade, foi lá e me acolheu em seus braços de amor. Fez eu me reerguer das cinzas a qual me encontrava.

Hoje, com esses vinte e cinco anos na cara tenho orgulho do que me tornei. Tive diversas fases, aprontei, fui bicha má, bicha boa, tive oscilações de caráter, praguejei muita gente, fiz o bem pra muito mais. Esse ano (enfim!) finalizo minha faculdade e devo a uma pessoa: Minha tia Elisabeth. Se não fosse os puxões de orelha eu nunca havia terminado. Se não fosse as noites de oração por mim, joelhos dobrados, lágrimas, não estaria nem vivo. Quando passei por "maus bocados" ano passado, se não fosse essa pessoa maravilhosa, tenho a plena certeza que realmente hoje em dia seria cinza. E morreria infeliz e não teria contado a minha história. Muito menos escrevendo ela todos os dias com meus erros, acertos, loucuras, paixões, amores. Já sou um historiador, tenho um bom currículo, por onde passei deixei minha marca e meu trabalho esforçado. Tudo graças a essa mulher que hoje chamo de mãe.

A saudade da mãe de sangue é grande sim. Queria que ela visse no que me tornei. Muito mais que uma bicha louca. Sou irmão, amigo, neto, filho, namorado, amante, professor, estudante. Mas creio que mesmo com meus erros, minha tia mãe Elisabeth, me ama muito. Acima de tudo e todos que muitas vezes torcem pro meu fim, pra minha derrocada. Quem segura as pontas é ela, com suas orações, com seus mantras, com suas preces ao Deus Vivo. Pois sei que ela serve a um. No dia que eu me tornar um "oficial historiador", a rosa será dela. Hoje as rosas também são pra ela. Eternamente pra ela. Mulher virtuosa, dedicada, trabalhadora, batalhadora, mãe, tia, amiga. Posso dizer de boca cheia que ela é uma das minhas melhores amigas.

Obrigado por tanto amor. Obrigado por chorar comigo, por orar comigo, por me abençoar tanto. Obrigado por cada puxão de orelha, cada conselho, cada conversa demorada no telefone. Obrigado por não me julgar. Por não me magoar. Obrigado pela educação, pelo respeito, pelos ensinamentos. Se AMO ler e escrever, a culpa é sua. Sempre prestei atenção quando a Sra. sentava ler a palavra do seu Deus, escrever, e quando pregava, confortava os corações com palavras de amor, verdade, justiça. Obrigado por ser inspiração. Pra mim, pra Prima, pro Primo.

Obrigado.
Eu te amo. Muito.