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domingo, 15 de setembro de 2013

Tem esse texto...

que toda vez que leio fico refletindo sobre tudo nesse espaço maluco que chamamos de amor. Alguns sentem mesmo. Outros fingem. Outros não assumem. E tem os outros. Aqueles outros que nós fingimos não existir. Carolina Mendes é uma das escritoras prediletas do mundo da internete pra mim. E toda vez que eu leio esse texto, eu choro.


"I carry your heart in mine

por Carolina Mendes

Eu tinha um caso com um homem casado.
Não chamávamos de caso, chamávamos de noivado. Estávamos noivos. Fazia tudo parecer menos sórdido, e dava a correta dimensão do que isso significava pros dois. Era uma coisa que vinha antes de uma outra coisa que seria um não casamento. O plano era não casar e viver feliz pra sempre.
Lindo, carinhoso, bom amante, inteligente, bem humorado.
Tinha, não tenho mais.
Acabou, Morreu.
Já usei essa frase antes, mas nesse caso foi assim mesmo: morreu. Não o amor, o amado.
Ele morreu. Ontem, acho. Não entendi nada do que me disseram depois do “Nome dele morreu”. Enfartou. Morreu.
Fiquei com as mensagens de texto, os e-mails, quase um ano de lembranças.
E eu não posso ir no velório, eu não posso ir no enterro. O amor que a gente tinha agora só existe no que eu me lembro. E eu me lembro de muita coisa agora, mas eu sei que com o tempo os detalhes se perdem, e a vida continua. E eu quero guardar os detalhes. Todos eles. Eles eram tudo que a gente tinha, os olhares cúmplices, as ligações no meio da noite nos seus infinitos plantões, que mais que outra qualquer coisa, eram um jeito que você encontrou de se poupar das “donas patroas”.
Já enterrei muita gente, mas ele eu nem posso enterrar."
E é isso. Eu também já enterrei muita gente. Uns que ainda vivem no submundo do consciente e sempre me fazem lembrar das coisas boas. Quem passou e foi ruim, foi mal, foi foda, enterrei sem remorso nenhum. Acabou. Não lembro. Mas e quem deixou marcas e simplesmente se foi? 
Boa semana pra nós.
E que o show da Jessie J seja bom.