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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Carta sobre/para Desperate Housewives 4/4

Amadas, donas-de-casa.



Antes de tudo quero agradecer. AGRADECER, essa é a palavra. E vocês aí, cada uma com sua vida bem sucedida, bem aplainada, também depois de tantos anos na loucura acho que chegou a hora de cada uma ir pra um lado, e cada uma viver. Não mais, sobreviver. Agradeço primeiro porque vocês despertaram minha paixão por Letras, faculdade qual eu estou fazendo. Depois porque vocês me deram cada ideia nesses últimos anos. Mas cada ideia mesmo, sério. E depois porque conquistei amigos, construí minha própria vizinhança. Mas acho que agora chegou a hora de dizer tchau a Wisteria Lane. Afinal, sem vocês aqui o que eu farei mesmo não é?

Me perco nas contagens toda vez que lembro o quanto sofri, chorei, ri, surtei com vocês. Há pouco quase tive um AVC quando a eterna McCluskey defendeu Bree no tribunal. Também me lembro o quão forte foi a emoção de descobrir que Mary Alice não era a vizinha perfeita. Quando Bree caiu em profunda depressão e viu sua vida virar de cabeça pra baixo então, nem me fale. Ou então quando Susan cagou no relacionamento com Mike e ele deixou ela gritando sozinha pela rua. Teve também Gabrielle, a linda Gaby traindo muito Carlos. Explorando todos os cantos do corpo do jardineiro John. Ou então quando ela cuidou sozinha de tudo enquanto Carlos havia ficado cego. Lynnete, um exemplo. Mãe dedicada, cuidadosa, um pouco neurótica, mas vencer um câncer, quase perder a família em um tornado, arriscar a vida pelo filho de uma amiga, e fazer o bairro quase ir abaixo com uma enxurrada de gente doida com paus e loucuras na mão. Não é pra ninguém.

Não posso me esquecer da Edie, minha eterna deusa da putaria. Edie foi a bitch mais bitch de toda essa série. Ninguém conseguiu batê-la. Lembro que chorei muito quando ela se foi, mas suas cinzas continuam por Lane, qualquer dia desses quem sabe faço uma visita.

Katherine, Beth, Angie, Nora, Gloria, Andrew, Danielle, Matthew, McCluskey, Rex, Carlos, Juanita, Célia, e entre tantos outros que passaram pela Alameda Wisteria, deixaram sua marca em meu coração.

Eu poderia escrever algo ENORME, mas nessas poucas palavras deixo meu singelo muito obrigado. Ao Marc Cherry, a Teri, Felicity, Marcia, Eva, Vanessa, e sem dúvidas, Brenda Strong. Linda. Um obrigado porque não tem preço tudo o que vivi nesses últimos anos, as pessoas que conheci, as pessoas que odiei, as que eu me tornei cúmplice, os segredos, tudo, tudo. Estou um jeito chapado, extasiado com o final. Assistirei mais umas 10 vezes até cair a ficha de que o show acabou.

O jeito é fechar o caminhão de mudança, ladies, e partir.
Amo vocês, do eterno fã, Mateus.

"But only a lucky few realize, the gift they've been given. Most people just go on day after day, trying in vain...to keep secrets... that will never stay hidden."