Estou escrevendo essa carta porque mandar e-mail seria muito sem sentimento, e no momento é com sentimento que estou sendo movida. Eu chorei tudo que tinha para chorar, gritei, dancei, cantei, aprontei, acho que cumpri minha missão. Mas será? Eu me questiono sempre, não sei ao certo. Ando confusa com tudo isso que está acontecendo, hoje brigamos tanto antes de você ter ido pro trabalho. Não quero mais discutir.
Pensei muito sobre nós, as indecisões criam uma expectativa horrível nessa hora, mas eu já arrumei a corda. Eu sei que nos dias de hoje é brega se enforcar, mas eu quero morrer "A lá Edie" e não estou fingindo, nem esperando você entrar pela porta e eu me jogar no buraco negro do suícidio. Eu só quero deixar registrado nesse simples papel, o quanto eu te amei. Sei que nosso relacionamento desde o ínicio foi conturbado, mas você deveria ter ajudado, deveria ter se esforçado para que nada disso acontecesse.
Diga aos nossos amigos que eu os amo muito, e os levarei comigo. Diga ao Barney que quem sabe numa outra vida eu e ele se reencontre, quem sabe eu venha em pele de cachorro e ele de ser humano, assim ambos não sofremos tanto. Ou sofremos. Estou infeliz, estou triste por fazer isso. Não quero, mas necessito. Eu te amo, mas por te amar não quero mais brigar, sofrer, chorar. Não mostra isso para minha mãe, deixa quieto. Um dia ela entende o motivo de tudo isso. Bom, chega de escrever. Cansei...
Mentira. Não quero parar, mas eu preciso. Eu te amo tanto que... que... me faltam palavras, me falta ar quando lembro dos nossos bons momentos, você sabe que tivemos não é? Mas não duraram. Vou partir sem mágoa, vou partir sem rancor. Vou partir.
Ah, era mentira quando eu disse que te odiava. Como odiaria uma pessoa que eu fiz votos de amor, saúde, vida? A única coisa que eu disse que não era mentira, que quando você chegasse em casa eu não estaria mais aqui. Eu não estou mais aqui.
De Maria Verônica Para Marcos Johnny. Com amor! (Mateus Bonez)
