Aquela menina
É dia, o sol não se pôs ainda Laura! - Exclamava a Senhora Giulia todos os fins de tarde para a sua filha. Laura, uma menina de 13 anos que tinha um sério problema na cabeça, e sua pobre mãe com medo dos médicos a matarem, optou então por deixar sua filha em um estado grave, digamos que vegetando na terra, era assim que Giulia escrevia todas as noites em seu diário: Minha filha ainda esta vegetando, vegetando na terra. Laura sorria, mas não esboçava nenhuma palavra e nenhum sentimento quanto ao seu problema. Giulia tirava todos os dias um tempo para contar as coisas a filha e mantê-la viva. Laura entendia tudo, e muitas vezes quando a tristeza tomava conta de sua pobre mãe, ela sorria novamente, Laura apesar de todos os problemas, somente sorria. Giulia não agüentava mais saber que sua filha não agüentaria uma cirurgia então resolveu esperar a morte da sua única e amada filha chegar, bater a porta e levar o que ela tinha de mais precioso. Todos os dias, antes da noite chegar, Laura ficava sobre a janela, solitária ela olhava os pássaros, os carros, a vida passava como um filme em que ela não era a mocinha, muito menos a vilã. Giulia estava muito sobrecarregada com tantos problemas, e então em uma bela tarde pegou Laura e saiu caminhar.No meio dessa caminhada Laura apontou o dedo para a direita, Giulia não acreditava no que estava vendo, era como um sonho se realizando. Laura apontou para o alto e começou a chorar emocionada, Giulia emocionada também abraçou a amada filha e ouviu pela primeira vez dos lábios daquela menina em que todos diziam que não chegaria aos 15 anos: Mãe, eu te amo! Giulia simplesmente respondeu em um tom emocionado: Eu também te amo, e muito! Laura sorria, e deixava a mãe a cada momento mais e mais feliz. Giulia não sabia explicar o porque daquilo e como Laura conseguiu dizer aquilo, ela estava tão confusa. Não sabia se era milagre, não sabia como a menina que há anos estava em estado vegetativo conseguiu proferir as palavras que deixaram a mesma sem chão. Laura sentou ao seu lado na cama e disse: ‘Todo este tempo eu estava ao seu lado, todo este tempo eu ouvi seus problemas calada, porque eu não sabia que poderia solucionar, pois ninguém colocava fé em mim. Até ontem eu não falava, até ontem eu não conseguia dizer o quanto me dói ver esse sofrimento, mas do momento em que eu mesma disse que ia falar e ajudar a Senhora mãe, tudo mudou e eu acordei dizendo as palavras que a senhora me ensinou quando criança, naquele quarto escuro de hospital,onde a senhora me abraçou e disse que eu teria muitos anos de vida, eram palavras doces, lindas e com apenas cinco letras: te amo. Giulia abraçou a filha quando ela deu um último suspiro e morreu em seus braços.
( Mateus Bonez :D )
Um comentário:
Mto obg pelo comentário.
O texto é lindo *-*
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